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Como se prevenir no inverno: dicas para PcD’s

Com a chegada do inverno, as temperaturas mais baixas trazem consigo um aumento nos casos de gripes, resfriados e alergias respiratórias. Para pessoas com deficiência (PCDs), o cuidado com a saúde precisa ser ainda mais atento para se prevenir no inverno.

Questões como mobilidade reduzida, baixa imunidade, uso de dispositivos de apoio e maior tempo em ambientes fechados são fatores que exigem precauções específicas.

Neste texto, reunimos 8 dicas práticas para você passar pelo inverno com mais conforto, saúde e autonomia.

Seja você uma pessoa com deficiência física, sensorial ou múltipla, essas orientações podem ajudar no seu dia a dia e também servir de apoio para cuidadores, familiares e profissionais da saúde.

1. Mantenha o ar limpo e úmido

Durante o inverno, é comum deixarmos as janelas fechadas para evitar o frio. No entanto, isso pode provocar o acúmulo de poeira, ácaros e mofo, inimigos diretos das vias respiratórias. Além disso, o ar seco típico da estação agrava quadros alérgicos e dificulta a respiração.

Para amenizar esses efeitos:

  • Use umidificadores de ar ou coloque bacias com água nos cômodos.
  • Deixe as janelas abertas por pelo menos 30 minutos ao dia para renovar o ar.
  • Higienize tapetes, cortinas, estofados e aparelhos de apoio (como cadeiras de rodas, andadores ou bengalas) com frequência, já que acumulam pó.

Pessoas que passam muito tempo em ambientes internos e com mobilidade reduzida são especialmente impactadas pela qualidade do ar, cuidar disso é cuidar da saúde.

2. Mantenha a vacinação em dia

Pessoas com deficiência fazem parte do grupo prioritário para a vacinação contra a gripe no Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina é atualizada todos os anos para proteger contra os principais vírus em circulação.

A gripe, embora pareça simples, pode trazer complicações sérias, como pneumonia, especialmente para quem tem doenças crônicas, respiratórias ou imunossuprimidas.

Por isso, é importante procurar a unidade de saúde mais próxima levando seus documentos pessoais. Se possível, leve também o laudo médico que comprove a deficiência, pois isso pode facilitar o atendimento e garantir o acesso às vacinas de forma prioritária.

Além disso, informe-se com os profissionais da saúde sobre a possibilidade de tomar outras vacinas recomendadas para o seu perfil, como a vacina contra o pneumococo, indicada em alguns casos específicos.

Se você conta com cuidadores ou familiares próximos, incentive todos a se vacinarem também. A imunização coletiva é uma forma de proteção em rede.

3. Reforce a higiene no dia a dia

Os vírus respiratórios se espalham com facilidade por superfícies e pelo contato entre as pessoas. Por isso, lavar as mãos regularmente com água e sabão ou usar álcool gel é um hábito que precisa ser mantido mesmo após a pandemia.

Dicas específicas:

  • Higienize apoios de braço da cadeira de rodas, joystick de cadeiras motorizadas, bengalas, andadores e muletas.
  • Caso utilize fraldas, cateteres ou dispositivos médicos, redobre os cuidados de limpeza com os materiais.
  • Se for sair de casa, leve álcool gel ou lenços desinfetantes com você.

Se você depende de cuidadores, combine rotinas de higiene com todos que convivem com você, a prevenção é coletiva.

4. Use roupas adequadas e confortáveis

Manter o corpo aquecido é essencial no inverno, mas isso não deve comprometer a sua mobilidade, autonomia ou conforto.

Uma boa estratégia para lidar com o frio é vestir-se em camadas, o que permite adaptar o vestuário à variação de temperatura ao longo do dia. Camisetas térmicas ou roupas leves por baixo ajudam a manter o calor corporal sem causar excesso de volume, algo importante para quem tem mobilidade reduzida.

Além disso, vale optar por peças fáceis de vestir, como aquelas com zíper frontal, velcro ou botões grandes. Esse tipo de roupa facilita muito a rotina de quem tem limitações motoras ou dificuldades de coordenação, oferecendo praticidade e autonomia no vestir sem abrir mão do conforto térmico.

Roupas adequadas protegem contra o frio sem atrapalhar sua rotina, sua locomoção e sua autonomia.

5. Proteja-se das mudanças bruscas de temperatura

Sair de um ambiente aquecido diretamente para o frio intenso pode ser um gatilho para crises respiratórias e quedas de imunidade. O corpo precisa de tempo para se adaptar à variação térmica.

Algumas práticas importantes:

  • Cubra o nariz e a boca com um cachecol ou máscara ao sair no frio.
  • Aqueça o ambiente interno de forma gradual, sempre com segurança.
  • Se você utiliza transporte público acessível, mantenha uma manta ou cobertor leve consigo, caso o trajeto seja longo.

As mudanças de temperatura podem ser silenciosas, mas têm grande impacto no corpo, especialmente para quem já possui alguma condição de saúde pré-existente.

E se você estiver planejando uma viagem, vale a pena ler também o artigo com os 5 principais cuidados no planejamento de uma viagem acessível no inverno, com dicas específicas para deslocamentos durante o frio.

6. Fortaleça a imunidade com sono, alimentação e hidratação

Manter a imunidade alta é um dos melhores escudos contra as doenças do inverno. Para isso, seu corpo precisa de energia e equilíbrio.

Para fortalecer a imunidade de forma natural, é essencial manter uma rotina regular de sono. Dormir bem e nos mesmos horários ajuda o organismo a se equilibrar e enfrentar as variações do clima.

Além disso, manter uma alimentação rica em frutas, verduras, legumes, grãos e proteínas garante ao corpo os nutrientes necessários para se proteger contra doenças comuns no inverno.

Mesmo nos dias frios, quando sentimos menos sede, é importante lembrar de se hidratar. O corpo continua perdendo líquidos, e a desidratação pode passar despercebida, prejudicando o funcionamento do sistema imunológico. Ingerir água ao longo do dia, mesmo sem sede, é um cuidado simples e essencial.

7. Faça a limpeza dos dispositivos de apoio

Dispositivos de locomoção e suporte, como cadeiras de rodas, bengalas, andadores e próteses, fazem parte do corpo de quem os utiliza, e precisam de atenção especial no inverno.

Durante o inverno, é fundamental dedicar atenção especial à limpeza dos dispositivos de apoio, como cadeiras de rodas, bengalas, andadores e próteses. Esses equipamentos estão em constante contato com o ambiente externo e com as mãos do usuário, o que favorece o acúmulo de sujeira, poeira e micro-organismos.

Sempre que possível, utilize um pano úmido com sabão neutro para limpar as rodas, encostos e outras superfícies de contato. É importante dar atenção especial às áreas que tocam as mãos e o rosto, pois são pontos de maior risco para contaminação.

Em dias de chuva ou neblina, lembre-se de secar bem os equipamentos assim que chegar em casa, evitando a umidade que pode comprometer o material e favorecer fungos.

Manter os equipamentos de apoio limpos não só previne o contato com agentes alérgenos, como também prolonga sua durabilidade e conserva sua funcionalidade.

8. Escute seu corpo e respeite seus limites

O inverno pode ser uma estação mais difícil para muita gente, especialmente para pessoas com deficiência que enfrentam dificuldades motoras, respiratórias ou sensoriais. Por isso, esteja atento aos sinais do seu corpo.

Se surgir febre, tosse persistente, cansaço incomum ou dores musculares, não hesite em procurar atendimento médico, mesmo que os sintomas pareçam leves. Manter os exames de rotina em dia é essencial para o acompanhamento da sua saúde, e pedir ajuda quando necessário também faz parte do cuidado consigo.

Lembre-se: não subestime um resfriado. Cuidados rápidos evitam complicações e garantem mais tranquilidade durante o inverno.

As dicas acima não são apenas medidas preventivas: elas também são formas de valorizar a autonomia, o conforto e o bem-estar de cada pessoa, respeitando suas particularidades.

Qual dessas dicas você já conhecia? Compartilhe com a gente nos comentários ou nas redes sociais

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